Ela encontrou de novo suas roupas no chão e Johnny, o filhote de Labrador, com cara de arrependido, a espera do perdão e de algum carinho seu. Ele sabia que às vezes vinham algumas vassouradas, mas que depois ela o perdoaria.
— Ah, Johnny...
— Que coisa! Que recurso vil, para me chamar a atenção!
As lágrimas vieram ao rosto, pois lembrou-se dele. De suas intermináveis farras. De suas tentativas de enganá-la com falsas descupas e promessas. De seu jeito de cachorro abandonado quanto tentava convencê-la a ficar. Sentiu saudades até destes momentos. Mas com um gesto resoluto, afastou os dois de sua mente, recolheu as roupas. Johnny iria crescer e abandonaria aquele comportamento. O outro nunca crescera.
Nunca cresceria.
E não precisava voltar.
Para John Malcovick, nosso filhote de labrador
morto em 11/05/2006, envenenado por um vizinho inescrupuloso
Alvaro A. L. Domingues
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